Este capítulo discute as relações entre ciência, tecnologia e sociedade, oferecendo um panorama histórico da produção científica. O objetivo é compreender o significado do conhecimento para a sociedade e como ele se diferencia do senso comum, levando em conta avanços, retrocessos e a influência do contexto histórico.
A ciência acompanha as transformações sociais e tecnológicas ao longo dos séculos, mas não segue uma trajetória linear. Ela envolve momentos de grandes avanços, retrocessos e controvérsias. Duas reflexões fundamentais emergem:
A seguir, uma tabela resumida com os principais períodos históricos:
Período | Datas/Características |
---|---|
Pré-História | Aproximadamente 200.000 anos |
Idade Antiga | Cerca de 4.000 a.C. (desenvolvimento na Grécia Antiga) |
Idade Média | 476 a 1453 |
Idade Moderna | 1453 a 1789 |
Idade Contemporânea | A partir de 1789 |
Diferentes visões moldaram a produção do conhecimento ao longo da história:
Atualmente, a especialização fragmenta o conhecimento, dificultando a compreensão integrada dos fenômenos. Pensadores como Edgar Morin defendem uma abordagem transdisciplinar para superar essa fragmentação.
A pesquisa científica é fundamentada em teorias que orientam a investigação e segue um processo estruturado: identificação do problema, formulação de hipóteses, escolha de métodos, análise dos resultados e elaboração de conclusões. As figuras presentes no capítulo ilustram a metodologia da pesquisa científica, mostrando a sequência de etapas necessárias para se alcançar uma conclusão robusta.
Um exemplo prático é o caso da construção civil, onde a falta de conhecimento geotécnico foi determinante para o acidente na Estação Pinheiros, em São Paulo, que resultou na abertura de uma cratera de 80 metros de diâmetro e 38 metros de profundidade. Esse exemplo evidencia como a fragmentação do saber pode levar a tragédias.
A condução da pesquisa científica deve respeitar rigor ético e os direitos humanos. Infelizmente, há casos na história em que o avanço do conhecimento foi alcançado sem o devido respeito à ética.
Um exemplo notório é o caso do médico italiano Paolo Macchiarini, pioneiro no transplante de traqueia artificial. Embora seus procedimentos tenham inicialmente despertado entusiasmo, a falta de rigor metodológico, a ausência de critérios éticos e as condições insalubres dos experimentos resultaram em tragédias, com a morte de vários pacientes. Este caso ilustra que a ciência, enquanto prática humana, pode causar danos quando os métodos e princípios éticos são negligenciados.
Outro caso emblemático é o de James Marion Sims, considerado o pai da ginecologia moderna. Seus experimentos, realizados em mulheres negras escravizadas, sem o uso de anestesia e em condições precárias, evidenciam a necessidade de diretrizes éticas rigorosas na pesquisa médica.
Uma abordagem integral da realidade exige que o ser humano seja considerado em sua totalidade, integrando aspectos físicos, emocionais e sociais. A visão dialética propõe que, para cada tese, existe uma antítese, e por meio da síntese, chega-se a uma compreensão mais profunda dos fenômenos.
A cosmovisão engloba o conjunto de crenças e valores que orienta a percepção do mundo. Diferentes culturas oferecem interpretações variadas sobre a realidade, influenciando a produção e a interpretação do conhecimento.
O conhecimento se divide em diversas áreas, como ciências agrárias, biológicas, exatas, humanas, sociais e artísticas. Essa segmentação reflete a necessidade de especialização, mas também ressalta o desafio de integrar os saberes para compreender a complexidade dos fenômenos.
A produção científica está inserida em um contexto histórico, social, econômico e cultural. Os valores e as estruturas de poder influenciam a forma como o conhecimento é produzido, divulgado e aplicado. Essa perspectiva crítica reforça a importância de uma pesquisa ética e integrada.
O capítulo evidencia que a trajetória da ciência é complexa e não linear, marcada por paradigmas como teocentrismo, antropocentrismo e ecocentrismo. Além disso, destaca os desafios éticos e a necessidade de uma abordagem integrada e crítica para compreender o conhecimento na atualidade. A reflexão sobre casos históricos, como os de Paolo Macchiarini e James Marion Sims, reforça a importância de conduzir a pesquisa científica com rigor metodológico e responsabilidade ética.