Este capítulo explora o método científico como o percurso fundamental para a elaboração de pesquisas. Nele, são discutidas as relações entre a metodologia e a produção do conhecimento, bem como o vínculo dinâmico entre o pesquisador e o objeto de estudo. O texto ressalta que, para produzir conhecimento confiável, é indispensável um método sistemático – que evoluiu ao longo dos séculos, acompanhando as transformações históricas e culturais.
A palavra “método” deriva do grego methodos, que significa “alcançar uma meta através de um caminho”. Esse conceito enfatiza que, sem um procedimento sistemático, a pesquisa se reduziria a improvisos que poderiam levar a resultados inconsistentes ou errôneos.
Desde a Antiguidade, o uso da razão para investigar os fenômenos tem sido considerado essencial. Os gregos acreditavam que, ao utilizar a razão, era possível transcender as informações superficiais fornecidas pelos sentidos e captar a essência dos fenômenos. Assim, o método científico surgiu como uma necessidade para organizar e sistematizar o processo investigativo.
O método científico é o conjunto de procedimentos utilizados para formular hipóteses e chegar a conclusões baseadas na experimentação e na verificação. Este percurso epistemológico se sustenta, principalmente, em duas correntes:
O empirismo defende que o conhecimento deriva da experiência sensorial. Essa abordagem enfatiza a importância de:
Um exemplo clássico dessa abordagem é Galileu Galilei, que, por meio de observações experimentais e aprimoramentos tecnológicos (como o telescópio), contribuiu para o fortalecimento da lógica heliocêntrica, desafiando as concepções geocêntricas vigentes em sua época.
Em contrapartida, o racionalismo sustenta que a razão é o principal instrumento para a obtenção de conhecimento verdadeiro. René Descartes, um dos principais expoentes dessa corrente, propôs que:
Descartes ilustra sua abordagem no "Discurso sobre o Método", onde apresenta quatro regras metodológicas: não aceitar nada como verdadeiro sem análise crítica, dividir problemas em partes, ordenar os pensamentos do simples ao complexo e revisar minuciosamente as conclusões. Essa metodologia tem sido um dos alicerces do pensamento científico moderno.
O capítulo ressalta que o método científico não é apenas uma sequência de etapas, mas um reflexo do contexto histórico e cultural. A forma de pensar e interpretar os fenômenos está diretamente relacionada ao ambiente em que o pesquisador vive e à época em que se encontra:
O método científico, conforme apresentado no capítulo, representa um percurso evolutivo que acompanha as transformações históricas e culturais. Desde as primeiras noções dos gregos, que buscavam a essência dos fenômenos por meio da razão, até o desenvolvimento do empirismo e do racionalismo, a ciência se estruturou em um método que privilegia a experimentação, a verificação e a reflexão crítica.
Hoje, a pesquisa científica é um processo dinâmico que requer não apenas a coleta de dados através dos sentidos, mas também o uso sistemático da razão para interpretar e validar esses dados. Assim, o método científico se mostra indispensável para a produção de conhecimento verdadeiro e para a evolução da humanidade, permitindo que a ciência se adapte às novas demandas e desafios de cada época.